21/Março
Foto por João Pedro Bressan

Prefeitura de Caxias desobriga uso de máscaras em ambientes fechados

Decreto publicado nesta segunda-feira indica, no entanto, alguns locais e situações em que o equipamento continua obrigatório

O Gabinete de Crise da Prefeitura de Caxias do Sul deliberou, no início da noite da segunda-feira (21/03), por desobrigar o uso de máscaras em ambientes fechados. A medida segue orientação já adotada por outras cidades e um parecer técnico elaborado pela Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne), mas principalmente a situação atual da pandemia em Caxias do Sul, que é de queda de novos casos, de internações e óbitos. O decreto está em vigor desde a noite desta segunda.

O decreto, no entanto, traz indicações de locais e situações em que a máscara continua sendo de uso obrigatório. Incluem-se o transporte coletivo de passageiros, público e privado; os estabelecimentos destinados à prestação de serviço de saúde, públicos e privados; e as Instituições de Longa Permanência de Idosos. Também segue obrigatório o uso por pessoas com vulnerabilidade em uso de imunossupressores, realizando tratamento oncológico e com doenças crônicas descompensadas; pessoas com sintomatologia gripal; e durante a manipulação nas cozinhas e distribuição nos salões de alimentos prontos para o consumo em restaurantes, bares e similares, e aos consumidores em serviço de buffet. Ainda que não conste no decreto, mas por determinação de liminar judicial, segue como obrigatório o uso de máscaras nas escolas de todos os níveis por alunos de seis a 11 anos.

O prefeito Adiló Didomenico argumentou que o momento é favorável para a adoção desta medida diante da queda significativa de novos casos, de internações e óbitos. “Caxias do Sul foi a primeira cidade no estado a decretar o uso obrigatório de máscaras, em março de 2020. Entendemos que o cenário atual é outro, o que nos permite flexibilizar ainda mais. Mas é importante reforçar que os demais cuidados devem continuar, como a higienização frequente das mãos, do uso de álcool em gel, o distanciamento sempre que possível, a etiqueta respiratória e a ventilação dos ambientes”, defendeu.

Representante da Secretária da Saúde, o assessor jurídico Mário Tadeucci destacou que, no auge da variante Omicron, no início de ano, o índice de positividade nos exames chegou a 58%. Atualmente, está em 20%. “A queda de novos casos tem sido semanal. Hoje, temos perto de 400 pessoas em isolamento. A cidade também tem um dos menores índices de mortalidade pelo vírus do Brasil”, indicou.

Representante da Associação Médica de Caxias do Sul, a médica Dilma Tessari, entende como adequada a retirada gradual das restrições e a difusão de campanhas orientativas sobre os cuidados neste novo momento. Aproveitou para recordar que o início da pandemia foi assustador pelo desconhecimento total que havia e pela forma como os pacientes eram atingidos pelo vírus. “Foi algo assustador, muito grave. Mas o momento agora é de felicidade”, definiu, informando que na noite de segunda a enfermaria do hospital da Unimed dedicada a covid-19 não tinha nenhum paciente internado.

O prefeito ponderou, no entanto, que a população precisa ser mais colaborativa com a vacinação, pois Caxias do Sul ainda tem em torno de 20% de pessoas não vacinadas, ao contrário de outras cidades, como Porto Alegre, onde o índice chega aos 90%. “Sei que será difícil convencer este pessoal, que se posiciona contra a vacina. Mas cabe a cada um que está vacinado sensibilizar quem ainda não se imunizou sobre a importância da medida e seus benefícios coletivos”, referiu. Ainda deixou claro que, em havendo uma reversão na curva atual da pandemia, a obrigatoriedade do uso da máscara não está descartado. “Teremos avaliações sistemáticas e periódicas para acompanhar a evolução da doença. A chegada de temperaturas mais baixas pode nos criar transtornos”, alertou.

Parceiros

Associados